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Guilhermino César na minha terra

data-filename="retriever" style="width: 100%;">O mundo é maravilhoso e pequeno. Estou isolado em Tiradentes, na velha Minas Gerais, onde nasceu em 1908, em Eugenópolis, Guilhermino César. Nasceu cá em Minas e se foi para a minha terra. Eu nasci aí e ando por aqui! Ele já lá no céu, eu ainda por aqui. Somos irmãos de coração.

Praticamos literatura. Ele foi chefe de gabinete do Ernesto Dornelles, professor da UFRGS, conselheiro do nosso Tribunal de Contas e Secretário da Fazenda do meu Rio Grande do Sul. Onde, repito o que nos ensinou Leonardo, tudo que se planta cresce e o que mais floresce é o amor.

Remexendo em meus livros, encontrei um texto maravilhoso, Antecedentes da fundação do Rio Grande do Sul, publicado em Coimbra, em 1970, pelo Instituto de Estudos Históricos Doutor António de Vasconcelos. Trecho formidável da Revista Portuguesa de História.

Um belo texto no qual ele lembra que poucos anos depois de fundada a Colônia do Sacramento, em 1680, "alastrou- -se o contrabando por ambas as margens do estuário platino". O que levou o Ouvidor-Geral do Rio de Janeiro à conclusão de que sua fortaleza - fortaleza da Colônia do Sacramento - deveria ser transferida para outro lugar, "onde o comércio ilegal se pudesse fazer com tranquilidade e discrição...". Após inúmeras idas e vindas, nos primeiros decênios do século 18, surgiu uma nova concepção de "espaço econômico". Território cuja ocupação transformava o Rio Grande do Sul em uma das parcelas mais cobiçadas do nosso solo.

Seu texto é mais do que belo. Além de conciso, mas penetrante nos enredos dos momentos históricos que reproduz, leva-nos de volta ao passado, a rememorarmos a nossa História.

A vida é assim. Nos traz para cá onde estou e leva os daqui para a minha Terra. Os textos que Guilhermino escreveu são múltiplos, a comprovar o que sistematicamente repito: somos múltiplos, sempre e nunca, nunca e sempre.

Um deles, lindo poema, confirma o que linhas acima afirmei. Guilhermino nasceu em Minas e se foi para a minha terra; eu nasci aí, mas aqui estou!

Lindo poema, Campeiro de Minas Gerais, no qual nos conta que o Campeiro queimado de sol vai ver o trabalho dos seus companheiros nas galerias de ar frio, na noite constante.

E pergunta: Mineiro das minhas Gerais, você não acorda? Vai ver o trabalho dos outros mineiros, dos mineiros, mineiros enterrados na mina.

Perdoem-me, mas não me canso de repetir que a vida não apenas pode ser, a vida é maravilhosa!

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